Sabia que o diagnostico precoce do cancro de mama aumenta em 95% as chances de cura?
O outubro rosa é uma campanha internacional de sensibilização para a importância do diagnostico precoce. E cabe a todos os profissionais de saúde, propagar informações sobre o diagnóstico e empoderar as mulheres para identificar os sinais e sintomas da doença.
O cancro de mama é o tipo de cancro mais comum em mulheres, sendo aproximadamente 25% dos novos casos por ano. Já nos homens a percentagem reduz bastante (sendo apenas 1% dos casos), mas não é inexistente e a sua incidência tem vindo a aumentar. Portanto, o sexo masculino também necessita de estar atento aos sinais, sobretudo se houver casos de cancro de mama nos familiares mais próximos (mãe e/ou avó).
É uma doença multifatorial causada pelo crescimento aumentado e descontrolado, acelerado ou mais lentamente, de células anormais da mama, formando-se um tumor (que poderá invadir outros órgãos).
Fatores que poderão influenciar o desenvolvimento:
– Alterações genéticas: predisposição hereditária decorrente de mutações genéticas, sendo as mais comuns associadas aos genes BRCA 1 e 2, que representam cerca de 30% dos casos. O que são os Genes brca1 e 2? São genes responsáveis pela supressão tumoral e quando existe mutações nesses genes, as células não conseguem interromper o ciclo celular, não estimulam o reparo do DNA e apoptose, promovendo a formação de neoplasias. Mutações no BRCA1 originam até 80% de hipótese de desenvolvimento do cancro de mama e/ou ovário. A prevenção mais eficaz, nestes casos, passa pela mastectomia profilática preventiva, recordam-se do caso Angelina Jolie?
– Idade, após os 50 anos (o avançar da idade entra sempre como fator de risco para o desenvolvimento de doenças não transmissíveis);
– Obesidade, excesso de peso e sedentarismo: a obesidade é um fator de risco para a doença, assim como para a sua reincidência. É importante manter o peso adequado e aliado a um estilo de vida saudável;
– Tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas (o álcool danifica a microbiota intestinal e diminui estrogénio na mulher);
– Exposição a radiação;
– Uso de contracetivo e/ou reposição hormonal;
– Primeira gravidez depois dos 30 anos. A amamentação é considerada um fator protetor para o cancro de mama;
– Carência prolongada e agravada de micronutrientes;
Ou seja, apesar de haver um considerável fator genético a grande mairia das causas do cancro são atribuídas a fatores modificáveis (alimentação, atividade física, tabagismo, stress, etc).
Diagnostico precoce e rastreamento:
- Toque e apalpação (em qualquer idade);
Sinais: nódulo palpável na mama ou axilas; alterações nos mamilos e/ou saída de liquido; mama com a pele avermelhada ou repuxada;
Sinais nos homens: aparecimento de algum caroço ou inchaço (mesmo que indolor), sendo mais comum na zona do mamilo, porque a maioria do tecido mamário dos homens está abaixo dos mamilos (no entanto pode também aparecer fora dos mamilos, como nas axilas);
- Mamografia – mulher entre 50 a 69 anos, de 2 em 2 ano, ou no caso de historia familiar 10 anos antes da idade em que o familiar teve o cancro.
- Teste genético: através do exame de DNA é possível confirmar as mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. Quem deve fazer o teste:
- Cancro de mama diagnosticado em indivíduos < 50 anos;
- Mulheres com histórico familiar para cancro de mama ou cancro de ovário em dois ou mais parentes de primeiro ou segundo grau.
- Em casos de historial de cancro de mama em familiares próximos, pais, avós, tias, irmãs, sobretudo em idades jovens, recomenda-se que seja feito o exame genético que identifica se há tendência para ter ou não o cancro de mama.
Tratamento
O tratamento do cancro irá depender do estágio da doença e do tipo de tumor, podendo ser: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonoterapia, praticas integrativas.
Como já referido, o tratamento em estágio inicial aumenta muitíssimo a hipótese de cura. Com o avançar da ciência o número de mulheres que sobrevivem ao cancro de mama é cada vez maior. No entanto em casos terminais o tratamento tem como objetivo o controle da doença e dar dignidade e qualidade de vida ao paciente.
Alimentos e os compostos fitoquímicos mais estudados para prevenção e apoio do tratamento do cancro de mama:
- Galato de epigalocatequina (chá verde);
- Genisteína (soja);
- Ligninas (sementes de linhaça);
- Resveratrol (uvas, amoras e frutos vermelhos);
- Saponinas (ginseng);
- Curcumina (cúrcuma);
- Sulforafano (brócolos, espinafres, couves…);
- Quercetina (cebola, uvas, maçã, brócolos..);
Privilegie:
- Frutas e vegetais (folhas verdes e brócolos são riquíssimos, mas também é importante variar);
- Sementes (abóbora, chia, linhaça, sésamo…);
- Azeite;
- Alho cru e cebola;
- Nibs de cacau e cacau cru em pó;
- Aveia e outros cereais integrais;
- Ervas aromáticas (coentros, salsa, alecrim, orégão…) e especiarias (curcuma, gengibre, pimenta…);
- Não esquecer a ÁGUA;
- A forma como nos alimentamos também é importante. Coma devagar, de forma pausada, presente e mastigue bem;
- Dê preferência a alimentos biológicos (de forma a evitar resíduos de glifosato);
Evitar:
- Álcool;
- Carnes vermelhas em excesso e carnes processadas/ embutidos;
- Açúcar refinado, refrigerantes e bebidas açucaras;
Importante ressaltar que nenhum alimento sozinho tem puder curativo, e sim um estilo de vida saudável.
Fasting mimicking diet (FMD) – DIETA QUE IMITA O JEJUM
A dieta que simula o jejum (FMD) for criada e patenteada por Valter Longo e é um programa de refeições com baixo teor calórico, baixo teor de proteínas, moderada em HC e gorduras. O seu intuito é imitar o estado de jejum enquanto proporciona nutrientes e calorias, tentando descobrir o “ponto ideal” no corpo onde os benefícios do jejum ainda ocorrem e os caminhos que impedem os benefícios de jejum não são estimulados.
A DIETA QUE IMITA O JEJUM NO TRATAMENTO DO CANCRO:
A FMD parece trazer vários benefícios do ponto de vista metabólico e assim contribuir para uma melhor resposta do tratamento oncológico. No entanto, os estudos sobre o FMD no tratamento do cancro são realizados em animais o que acarreta algumas limitações. A FMD e qualquer dieta (mediterrânica, vegana, cetogenica…) tem de ser usada de forma individualizada e com acompanhamento, de forma a perceber-se se é a mais indicada para o paciente em questão. Recordando que nunca existe um plano alimentar que funcione de igual modo para todas as pessoas (individualidade do paciente, crenças, preferências, comida de conforto, religião…).
Como é feito FDM? Normalmente é aplicado durante 5 dias consecutivos por mês, com uma redução calórica de 50 a 75%.
- Dia 1 – 1.100 calorias (11% proteína, 46% gorduras, 43% Hc)
- Dia 2-5 – 725 calorias (9% proteína, 44% gordira, 47% HC)
É permitido:
- Frutas e vegetais;
- Cogumelos;
- Azeite e azeitonas;
- Óleo de coco e óleo de abacate;
- Ervas aromáticas e especiarias
- Oleaginosas;
- Leguminosas;
- Sementes;
- Mel;
- Chás;
- Chocolate vegano >70%;
É interdito:
- Proteína animal;
- Produtos processados e industrializados;
- Açúcar refinado;
- Leite e derivados;
Benefícios:
- Aparenta aumentar a eficácia do tratamento antineoplásicos;
- Diminuição da glicemia;
- Renovação celular;
- Perda de gordura corporal;
- Melhoria do foco e cognição;
Nota: Durante a dieta que simula o jejum é importante que mantenha-se a prática de exercício físico (em especial exercícios de força) para evitar o risco de sarcopenia;
Revendo:
– Pratique o autoconhecimento e observação da mama;
– Em caso de risco aumentado, faça o exame genético;
– Evite stress, bebidas alcoólicas e tabagismo;
– Mantenha uma boa saúde intestinal (a microbiota intestinal tem relação direta com o metabolismo das hormonas femininas);-
– Exames de sangue regulares (níveis de vitamina D adequados…);
– Priorize-se, pratique o autocuidado e tenha um estilo de vida saudável (dieta saudável com acompanhamento do nutricionista, exercício físico, sono adequado, apanhe sol, respire ar puro, medite, cultive pensamentos de amor e busque a felicidade).