Começo este artigo por escrever: o estômago deve estar ácido!!
Talvez isso cause estranheza a alguns de vocês pois, somos constantemente inundados com publicidade de medicamentos para alcalinizar/ reduzir a acidez do estômago (que poderão causar efeitos prejudiciais a longo prazo). É mais um exemplo clássico de tratar os sintomas e não tratar o problema.
É no estômago que começa a digestão de proteínas, através da ação do suco gástrico que contém água, enzimas digestivas (pepsina), sais inorgânicos e ácido clorídrico(HCL), e que transforma-se o alimento em quimo que vai para o intestino delgado. Algumas vitaminas e minerais, como o ferro, necessitam desta etapa e que o pH do estômago esteja ácido para serem transformados e absorvidos. Esse pH é mantido entre 1 e 2 através da ação dos sucos gástricos (principalmente do ácido clorídrico) e este valor de acidez também ajuda a que não cheguem patógenos ao nosso intestino, exercendo uma barreira de proteção.
Apesar do seu baixo pH o estomago é colonizado por algumas bactérias (lactobacillus, enterococcus, helicobacter pylori…) e quando em disbiose verifica-se a proliferação da helicobacter pylori, que em determinadas circunstâncias poderá tornar-se patogénica (estando correlacionada ao aparecimento de úlceras gástricas e cancro gástrico).
Possíveis sinais de que o pH do estômago precisa ser acidificado:
– Má digestão e inchaço abdominal;
– Refluxo gastroesofágico;
– Pior cheiro nas fezes;
– Níveis baixos de vitamina b12, ferro, zinco, selénio, cálcio, magnésio (excluindo fator dietético);
– Alergias persistentes;
– Entre outros.
Como aumentar a acidez do estômago e melhorar a mucosa gástrica:
– Água morna com limão ao acordar (não vai fazer emagrecer, mas ajuda neste caso) ou uma colher de vinagre de maçã ou de sidra em jejum;
– Não beber grandes quantidade de líquidos às refeições (incluindo água);
– Tomar probióticos (com uma formulação especifica para o efeito);
– Controlar níveis de stress;
– Infusão de gengibre, alcachofra, alecrim, erva-doce…;
– Kefir de bebida vegetal, sumo de aipo e alimentos fermentados;
– Shot de limão com um pouquinho de água imediatamente antes de uma refeição mais pesada ou acompanhar a refeição com limão (temperar legumes e saladas), ou ananás e papaia (frutas ricas em enzimas digestivas);
– Reduzir açúcar refinado, adoçantes e alimentos muito processados;
– Não beber refrigerantes e café em excesso;
– Limitar o consumo de bebidas alcoólicas;
– Reduzir fritos e lácteos;
– Suplementação individualizada: enzimas digestivas, cloridrato de betaína, bicarbonato de sódio e de potássio, vit. B12 e vitaminas do complexo B, glutamina, cogumelo juba-de-leão…;
Resumindo, é necessário uma boa saúde oral e mastigação adequada, um estômago ácido e em ótima condição, para que os alimentos não cheguem ao intestino mal digeridos (originando desequilíbrios, resposta inflamatória e problemas intestinais).